ECONOMIA GAÚCHA: BOLETIM DE CONJUNTURA PROJETA EXPANSÃO EM 2025
Após as cheias, investimentos públicos e boas perspectivas para a agricultura devem colaborar para os resultados A economia do Rio Grande do Sul mostrou resiliência após os eventos meteorológicos extremos que atingiram o Estado em maio de 2024. Apesar da queda de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior, a indústria e os serviços cresceram 1,1% e 2,3%, respectivamente, simbolizando a retomada da economia após o desastre. Na indústria, as atividades que apresentaram queda (eletricidade e gás e construção) foram mais que compensadas pelos aumentos na indústria extrativa mineral e, principalmente, na indústria de transformação. Nos serviços, houve expansão em todas as atividades. A queda do PIB pode ser justificada pelo recuo de 30,6% na agropecuária, típico para o período em anos de recuperação de safra, mas as perspectivas para o setor em 2025 são positivas. A previsão é de aumento da produção agrícola, em especial arroz, milho e soja, culturas afetadas pelas enchentes em 2024. A análise está no Boletim de Conjuntura de janeiro, documento produzido pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Divulgado nesta quinta-feira (30/1), o material, cuja autoria é dos pesquisadores Martinho Lazzari, Tomás Torezani e Liderau Marques Junior, destaca ainda o aquecimento do mercado de trabalho gaúcho. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), o número de ocupados do terceiro trimestre do ano apresentou aumento em relação ao trimestre anterior e na comparação interanual. A taxa de desocupação foi de 5,1%, a menor para um terceiro trimestre desde 2013. “As boas perspectivas para a economia gaúcha em 2025 são sustentadas pelo esperado crescimento da agropecuária e pelos investimentos públicos e privados. Os investimentos em obras de reconstrução e proteção contra as cheias também devem contribuir significativamente”, explicou Torezani. A análise do DEE aponta, também, para a evolução positiva do comércio após as enchentes, impulsionada pelos bens de reposição, como móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. Quanto à produção industrial, espera-se que a fabricação de máquinas e equipamentos deixe de impactar negativamente o setor em 2025. O setor de serviços, por sua vez, deve continuar em expansão, impactado pela reabertura do Aeroporto Salgado Filho, a retomada do turismo e a manutenção dos bons resultados do mercado de trabalho. Pontos de atenção O Boletim de Conjuntura apresenta três fatores de risco para a economia gaúcha em 2025. O primeiro é a confirmação do fenômeno La Niña, que pode afetar as culturas de verão na agricultura. O segundo ponto é a incerteza sobre o desempenho da economia brasileira, influenciada pela alta das taxas de juros. Por fim, o terceiro fator de risco é a crescente incerteza relacionada à economia internacional. Cenários externo e interno Conforme os dados do DEE, as principais economias mundiais, sobretudo a China e a Área do Euro, apresentaram aceleração do PIB no terceiro trimestre de 2024, na comparação com o trimestre anterior, enquanto os Estados Unidos registraram estabilidade. Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento mundial deve ser de 3,2% em 2024 e de 3,3% em 2025. O PIB brasileiro, fomentado pela demanda interna, cresceu 0,9% em relação ao trimestre anterior. Pelo lado da demanda, com exceção das exportações, houve aumento em todos os seus componentes, com destaque para os investimentos e o consumo das famílias. Pelo lado da oferta, houve aumento na indústria e nos serviços, enquanto a agropecuária apresentou queda. A perspectiva de crescimento para o PIB brasileiro em 2025 é de crescimento, embora menor que a expansão de 2024. Boletim completo === Foto: PALÁCIO PIRATINI – Jürgen Mayrhofer – Secom-RSTexto: Karine Paixão/Ascom-Gov-RS / SPGGEdição: Camila Cargnelutti/Secom-Gov-RS
RECONSTRUÇÃO DO RS: “CHEGOU A FASE DAS GRANDES OBRAS,“ AFIRMA RUI COSTA
A restruturação das cidades gaúchas, com obras estruturantes, estará sob supervisão do recém-instalado Conselho de Monitoramento das Ações e Obras para Reconstrução do RS OGoverno Federal abre uma nova fase de apoio ao Rio Grande do Sul com obras estruturantes que darão ao estado a capacidade de enfrentar chuvas, para que a tragédia ocorrida em maio de 2024 não se repita. Nesta terça-feira (28), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, abriu agenda no estado para fazer um balanço de ações federais em prol da reconstrução e para dar largada ao trabalho do Conselho de Monitoramento das Ações e Obras para Reconstrução do RS. Um órgão consultivo, formado por agentes federais e estaduais, responsável pela gestão de um grande volume de recursos (R$6,5 bilhões) a ser aplicado em ações estruturantes. Entre os empreendimentos prioritários estão a construção de diques para controlar a água de rios e lagos em Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Viamão e Cachoeirinha; a estação de bombeamento de águas pluviais em Eldorado do Sul; o sistema de dique com elevação e proteção em Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, Nova Santa Rita, Rolante, Novo Hamburgo, Campo Bom, São Leopoldo, Igrejinha e Três Coroas; a casa de bombas em São Leopoldo; melhorias nos sistemas de proteção com galerias de águas pluviais, canais fechados, estação de bombeamento de águas pluviais e canais abertos, beneficiando toda Região Metropolitana de Porto Alegre; entre outros projetos. “O fundo que criamos para garantir a execução dessas obras será monitorado pelo Conselho. São R$6,5 bilhões já em caixa para essas intervenções tão necessárias e todo rendimento deste fundo ficará aqui para o estado do Rio Grande do Sul. Então, essas grandes obras têm recursos garantidos. Uma vez licitada, a obra não terá risco de continuidade por ausência de recurso”, destacou o ministro Costa, que coordena o Conselho. Desapropriação com indenização por avaliação Rui Costa aproveitou a reunião de balanço de ações, que teve participação do governador Eduardo Leite e de prefeitos do estado, para tranquilizar a população gaúcha sobre a forma de indenização daqueles que possuem imóveis comerciais e/ou residenciais na área em que essas grandes obras precisarão passar. “A informação de que o teto para indenizações será em observação ao programa Minha Casa, Minha Vida é falsa”, garantiu o ministro ao explicar que todas as indenizações das desapropriações necessárias “serão conforme a norma legal”, por “avaliação do local”, explicou. Balanço da reconstrução Confira aqui a apresentação detalhada A reunião desta terça-feira permitiu que o ministro Rui Costa aprofundasse aos gestores estaduais e municipais o empenho histórico promovido pelo Governo Federal, por determinação do presidente Lula, para a reconstrução do estado. De acordo com o ministro, foram investidos R$81,4 bilhões nesse desafio, que é considerado a maior tragédia climática da história do país, “com apoio federal sem precedente”, afirmou o ministro da Casa Civil. Ele voltou ao cenário de devastação deixado pelas inundações apontando 323 municípios em estado de emergência, 95 em estado de calamidade pública, área alagada comparada a 3.5 milhões de campos de futebol, atingindo 455 mil domicílios e 75,3 mil empresas, 183 vítimas fatais, 806 feridos , 581.638 pessoas desalojadas e 81.170 pessoas em abrigos. Foi diante desse cenário que o trabalho federal ocorreu, com ações para resgate imediato, apoio às famílias, apoio às empresas, apoio ao setor público, frentes de atuação que englobam o montante de R$81,4 bilhões. “Esses recursos vieram do Orçamento da União, de liberação para o estado, municípios, de renegociação de dívidas de agricultores, alguns inclusive com dívida zerada, elencou Costa. Ele ainda destacou que “não há investimento desse volume em nenhuma tragédia que tenha acontecido na história do Brasil”. Assinatura de documentos para ações de apoio à reconstrução. Fotos: Wagner Lopes/CC Também durante a reunião, alguns documentos foram assinados dando seguimento às ações de apoio à reconstrução, como termo de cooperação para a transferência das famílias que estão em área de abrangência do perímetro de obras e irão para aluguel social enquanto a residência em definitivo não esteja endereçada; assinatura de contratos dos empreendimentos do MCMV em Porto Alegre, Canoas e Encantado; assinatura de contratos de compra assistida, entre outros. Compõem a comitiva do ministro Rui Costa, a ministra da Saúde, Nísia Trindade; o ministro em exercício da Integração e do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro; e o presidente da Caixa, Carlos Vieira. Novo PAC Ainda no Rio Grande do Sul, o ministro da Casa Civil promoverá reunião com o governo do Estado para um raio-x das obras do Novo PAC em andamento no estado que são de responsabilidade estadual e, num segundo momento, uma reunião com prefeitos e prefeitas com o mesmo intuito: acelerar as ações do Novo PAC, desta vez as que são de responsabilidade municipal.
BADESUL CONTARÁ COM APORTE DE US$ 20 MILHÕES DO FONPLATA PARA APOIAR EMPRESAS ATINGIDAS POR ENCHENTES
Ao todo, 230 empreendimentos gaúchos impactados pelas cheias de maio de 2024 serão beneficiados O Badesul Desenvolvimento contará com um aporte de US$ 20 milhões do Fonplata, banco de desenvolvimento que reúne Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Os recursos integram os valores que estão sendo disponibilizados por meio da linha de crédito Badesul Renova RS, alinhada ao Plano Rio Grande. Ao todo, 230 empresas gaúchas impactadas pelas enchentes de maio de 2024 serão beneficiadas. O contrato, firmado nesta terça-feira (28/1), tem como objetivo fomentar uma recuperação econômica sustentável para micro, pequenas e médias empresas no Rio Grande do Sul, com foco na resiliência econômica e ambiental. A linha de crédito também incentiva práticas sustentáveis, reforçando a capacidade das empresas de enfrentar desafios climáticos e econômicos futuros. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, destacou os esforços que têm sido feitos desde o ano passado para garantir a reestruturação e avanço da economia. “O governo do Estado continua prestando todo o apoio possível para as empresas que ainda sofrem com os efeitos dos eventos meteorológicos que atingiram o Rio Grande do Sul. Todos os portes de empreendimentos estão sendo auxiliados com o mesmo empenho, buscando recuperar a economia gaúcha e garantir que os empregos continuem em nosso Estado”, declarou Polo. “O aporte com condições subsidiadas é um suporte crucial para os empreendedores gaúchos, que são o alicerce da nossa economia. Esse investimento ajuda a gerar empregos e impulsionar a retomada econômica em um contexto desafiador”, afirmou o presidente do Badesul, Claudio Gastal. Gastal destacou ainda que a parceria com o Fonplata reflete o reconhecimento internacional da competência técnica do Badesul. “O aporte reafirma a importância da captação internacional como um meio eficaz de diversificar fontes de funding, promovendo investimentos essenciais para o crescimento regional. Além disso, vai ao encontro do nosso propósito de prosseguir buscando recursos para investir no crescimento sustentável do nosso Estado”, concluiu. A retomada da atividade econômica do Rio Grande do Sul faz parte do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, anunciado em outubro de 2024. A meta é ser um plano de Estado, não de governo, sendo um guia para os próximos anos do RS. Ele se estrutura em cinco habilitadores: capital humano, ambiente de negócios, inovação, infraestrutura e recursos naturais, que trabalhados juntos refletem o compromisso de fortalecer o Estado e ampliar as oportunidades para a população gaúcha. === Com informações: Ascom-RS / Sedec / Badesul Foto: Ascom Portos RS/Arquivo