PAPA LEÃO XIV: NO DOMINGO, 18 DE MAIO, MISSA DE INÍCIO DE PONTIFICADO
A Prefeitura da Casa Pontifícia divulgou um comunicado com os compromissos principais do Papa Leão XIV: o Regina Caeli no próximo domingo do balcão central da Basílica de São Pedro, depois o encontro com a imprensa mundial, as audiências com a Cúria, com os funcionários do Vaticano e com o corpo diplomático, a tomada de posse das Basílicas papais. A Prefeitura da Casa Pontifícia divulgou, nesta sexta-feira (09/05), um comunicado com os principais compromissos do novo Pontífice. No sábado, 10 de maio, o Papa Leão XIV se encontrará com os cardeais. Domingo, 11 de maio, do balcão central da Basílica, o Pontífice rezará a oração do Regina Caeli. Na segunda-feira, 12 de maio, o Papa Leão XIV se encontrará com a imprensa mundial. Na sexta-feira, 16 de maio, haverá o encontro com o Corpo Diplomático (Chefes de Missão). No domingo, 18 de maio, às 10h, na Praça São Pedro o Pontífice celebrará a missa de início de Pontificado. Na terça-feira, 20 de maio, tomará posse da Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros. Na quarta-feira, 21 de maio, fará a primeira Audiência Geral. No sábado, 24 de maio, o Papa Leão XIV se encontrará com a Cúria Romana e com os funcionários do Estado da Cidade do Vaticano. No domingo, 25 de maio, rezará o Regina Caeli e tomará posse das basílicas papais de São João de Latrão e de Santa Maria Maior. === Com informações e foto: Vatican News Na foto: O Papa com os cardeais na Capela Sistina (ANSA)
ELEIÇÃO DO NOVO PAPA: A COBERTURA DA MÍDIA DO VATICANO
Da missa para a eleição do novo Pontífice à fumaça branca, transmissões ao vivo, plataformas e frequências para acompanhar as atualizações, em vídeo e áudio, os trabalhos do Conclave Com o início do Conclave que se prepara para eleger o 267º Pontífice, a mídia do Vaticano está mobilizada e acompanhando as etapas, momento a momento, e com reportagens detalhadas. O primeiro evento foi a Missa pro eligendo Romano Pontifice, na manhã de quarta-feira (07/05) na Basílica de São Pedro, transmitida em 11 idiomas (italiano, inglês, francês, espanhol, português – aquele falado no Brasil e outro do português adotado em outros países, alemão, polonês, chinês, árabe e vietnamita) e na linguagem de sinais espanhola. A liturgia também foi transmitida em ondas curtas em inglês, francês e português para a África. À tarde do dia 07, às 16h30 do horário local, 11h30 no horário de Brasília, foi a vez de os cardeais eleitores entrarem no Conclave e prestarem juramento antes do Extra omnes, momento em que as portas da Capela Sistina foram fechadas para o início da votação. Essa cerimônia também teve cobertura ao vivo em 11 idiomas, além de três línguas de sinais em inglês, espanhol e italiano. Vatican Media forneceu a cobertura em vídeo e de fotos de ambos os eventos. A espera do “ao vivo” Já na tarde do dia 7 de maio, começou a espera pela fumaça branca que vai anunciar a eleição do novo Papa. O Vatican News e a Rádio Vaticano farão transmissões ao vivo, todos os dias, sobre os trabalhos do Conclave, tanto em vídeo, graças à plataforma YouTube, quanto em áudio em sete idiomas (italiano, inglês, francês, espanhol, português para o Brasil e polonês). As transmissões documentarão os resultados da votação e a respectiva fumaça, que será uma no final da manhã e outra no final do dia se for preta, ou até mesmo no meio da manhã ou no meio da tarde, se a fumaça branca sair da chaminé da Sistina. Com a fumaça decisiva, a cobertura ao vivo irá aumentar de sete para 12 idiomas, com o acréscimo de comentários em árabe e vietnamita, e em linguagem de sinais em italiano, francês e espanhol. Além disso, a partir da fumaça branca, será possível acompanhar as etapas culminantes da espera pelo novo Papa também ao vivo no Facebook em 10 idiomas. O jornal vaticano L’Osservatore Romano publicará uma edição extraordinária impressa imediatamente após a fumaça branca, que será imediatamente distribuída gratuitamente na Praça de São Pedro. Estúdio central e enviados Repórteres de língua italiana acompanham toda duração do Conclave, tanto do estúdio central quanto em conexão com a unidade móvel montada no Braccio Carlo Magno, que domina a Praça e a Basílica do Vaticano. Os enviados da mídia do Vaticano estarão entre a multidão. Um total de 56 idiomas editoriais será coberto, incluindo palavras escritas e faladas, transmissões e reportagens detalhadas, os mesmos idiomas que compõem o sistema de informações da Rádio Vaticana, do Vatican News e do L’Osservatore Romano. Canais e plataformas das transmissões ao vivo Em detalhes, os eventos podem ser acompanhados pelos seguintes canais: – Portal Vatican News (www.vaticannews. va) – Vatican News no YouTube, como aquele em português – Rádio web da Rádio Vaticano em 11 idiomas, como o português – Facebook com cobertura ao vivo em português, italiano, inglês, francês, espanhol e alemão – Instagram com cobertura ao vivo em português, italiano e alemão === Com informações: Vatican News Foto de capa: Reprodução site Rádio do Vaticano
CONCLAVE, O JURAMENTO DE FUNCIONÁRIOS E ASSISTENTES
Na Capela Paulina, na tarde de segunda-feira, 5 de maio, aqueles que estão envolvidos no Conclave prestaram juramento, conforme previsto pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis; entre eles, os cerimoniários pontifícios, os funcionários da sacristia e da limpeza, os médicos, enfermeiros, os confessores “Prometo e juro observar o segredo absoluto com quem quer que seja que não faça parte do Colégio de Cardeais eleitores, e isso perpetuamente, a menos que receba uma faculdade especial dada expressamente pelo novo Pontífice eleito ou por seus Sucessores, em relação a tudo o que diz respeito direta ou indiretamente à votação e aos escrutínios para a eleição do Sumo Pontífice”. Absoluto segredo também no futuro sobre o que se realiza na Cidade do Vaticano, durante o Conclave, e em particular sobre o que “tem relação com as operações ligadas à eleição” do Papa; respeito à proibição de instrumentos de gravação de áudio e vídeo, sob pena de excomunhão latae sententiae reservada à Sé Apostólica. Esse é o conteúdo do juramento feito na segunda-feira, 5 de maio, que ocorreu na Capela Paulina, conforme exigido pela Universi Dominici Gregis, a Constituição Apostólica promulgada pelo Papa João Paulo II em 22 de fevereiro de 1996. O juramento foi feito por “todos aqueles que desempenharão funções no próximo Conclave, tanto eclesiásticos quanto leigos, aprovados pelo cardeal camerlengo e pelos três cardeais assistentes”. Além do secretário do Colégio cardinalício e do mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, dom Diego Ravelli, estavam presentes sete cerimoniários pontifícios; o eclesiástico escolhido pelo cardeal que preside o Conclave para ajudá-lo em sua função; dois religiosos agostinianos encarregados da Sacristia Pontifícia; os religiosos de vários idiomas para confissões; os médicos e enfermeiros; os ascensoristas do Palácio Apostólico; o pessoal encarregado do refeitório e dos serviços de limpeza; o pessoal da Floricultura e dos Serviços Técnicos; as pessoas encarregadas do transporte dos eleitores da Casa Santa Marta para o Palácio Apostólico; o coronel e um major da Guarda Suíça Pontifícia, encarregados da vigilância perto da Capela Sistina; o diretor dos Serviços de Segurança e da Proteção Civil do Estado da Cidade do Vaticano com alguns de seus colaboradores. Depois de serem instruídos sobre o significado do juramento, todos eles pronunciaram e assinaram pessoalmente a fórmula prescrita, diante do cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana, e de dois protonotários apostólicos de Números Participantes como testemunhas. === Com informações: Vatican News
CONTAGEM REGRESSIVA: PRIMEIRO DIA DE CONCLAVE TERMINA SOB EXPECTATIVA
Mundo de olho na chaminé da capital mundial dos católicos romanos Os 133 cardeais eleitores reunidos na Capela Sistina encerraram o primeiro dia do conclave para eleger o novo Papa. Após uma manhã de orações e deliberações, a primeira votação foi revelada através da fumaça saída da chaminé na Capela Sistina, sob o olhar atento dos fiéis e da imprensa mundial, que acompanham cada movimento do processo sucessório. As portas da Capela Sistina se fecharam às 12h45 (horário de Brasília) de hoje, marcando o início formal da votação. Os cardeais, seguindo o cerimonial tradicional, depositaram seus votos, em um processo mantido em absoluto sigilo. A expectativa cresceu à medida que o tempo passava, com os olhos do mundo voltados para a chaminé da Capela Sistina. Na cédula que os Cardeais escrevem o nome do seu escolhido está escrito: “Eligo in Summum Pontificem…”, que em tradução do Latim assim sentencia: “Elejo como Sumo Pontífice…”. São necessários dois terços dos votos, ou seja 89 votos dos 133 presentes, para um Cardeal ser eleito ao posto de Papa. O protocolo exige que, após a votação, as cédulas sejam queimadas. A fumaça resultante é o sinal visível para o mundo sobre o andamento do conclave. Se a fumaça for branca, significa que um novo Papa foi eleito. Se a fumaça for preta, o processo continua. A praça de São Pedro, lotada de fiéis e turistas, aguarda ansiosamente o sinal pela fumaça branca. A tensão era palpável nas imagens transmitidas pelo Vatican News, com olhares fixos na chaminé e orações silenciosas. Às 16H00-horário de Brasília, às 21h00min de Roma, nesta terça-feira, 07 de maio de 2025, a fumaça PRETA começou a subir da chaminé. Os 133 cardeais eleitores ainda não escolheram o novo Papa. Para amanhã quinta-feira (08/05/2025) estão previstas mais quatro votações.
CONCLAVE, EIS COMO SE ELEGE O PAPA
Desde o voto dos cardeais eleitores até a contagem das cédulas que são queimadas em um fogão de ferro fundido de 1939, todos os detalhes do que acontece na Capela Sistina “Eligo in Summum Pontificem…” Na foto: “Ao ingressso na Capela Sistina seguiu-se o juramento os cardeais (@Vatican Media)” Os 133 cardeais eleitores convocados para escolher o 267º Romano Pontífice terão em suas mãos uma cédula retangular com essa escrita na metade superior e “o local para escrever o nome do eleito” na metade inferior e “feita de tal forma que possa ser dobrada em dois”. Tudo isso está meticulosamente descrito na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis. A distribuição das cédulas Preparadas e distribuídas as cédulas pelos cerimoniários (pelo menos duas ou três para cada cardeal eleitor), o último cardeal diácono sorteia, entre todos os cardeais eleitores, três escrutinadores, três encarregados de coletar os votos dos enfermos (infirmarii) e três revisores. Se nesse sorteio forem sorteados os nomes dos cardeais eleitores que, devido a enfermidade ou outro motivo, não puderem desempenhar essas funções, os nomes de outros cardeais serão sorteados em seu lugar. Essa é a fase de pré-escrutínio. Antes que os eleitores comecem a escrever, o secretário do Colégio de cardeais, o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias e os cerimoniários devem deixar a Capela Sistina, depois o último cardeal diácono fecha a porta, abrindo-a e fechando-a quantas vezes forem necessárias, como quando os infirmarii saem para coletar os votos dos enfermos e retornam à Capela. A votação Cada cardeal eleitor, em ordem de precedência, depois de ter escrito e dobrado a cédula, segurando-a elevada de modo que fique visível, leva-a ao altar, onde ficam os escrutinadores e sobre o qual é colocado um recipiente coberto com um prato para recolher as cédulas”. “Chamo como minha testemunha Cristo Senhor, que me julgará, que meu voto é dado àquele que, segundo Deus, considero que deva ser eleito”. Essa é a fórmula que cada cardeal dirá em voz alta. Em seguida, ele coloca a cédula no prato e, com isso, a introduz no recipiente. Ao término, ele se curva diante do altar e retorna ao seu assento. Os cardeais eleitores presentes na Capela Sistina, que não podem ir ao altar por estarem enfermos, têm a ajuda do último dos escrutinadores que se aproxima deles: depois de pronunciar o juramento, eles entregam a cédula dobrada ao escrutinador, que a leva bem visivelmente ao altar e, sem pronunciar o juramento, a coloca no prato e, com isso, a introduz no recipiente. Como votam os cardeais enfermos Se houver cardeais eleitores enfermos em seus quartos, os três infirmarii vão até lá com um número apropriado de cédulas em uma pequena bandeja e uma caixa entregue pelos escrutinadores e aberta publicamente por eles, para que os outros eleitores possam ver que está vazia, e depois fechada com uma chave colocada no altar. Essa caixa tem uma abertura na parte superior pela qual uma cédula dobrada pode ser inserida. Os enfermos votam da mesma forma que os outros cardeais e, em seguida, os infirmarii levam a caixa de volta à Capela Sistina, que é aberta pelos escrutinadores depois que os cardeais presentes depositam seu voto. Os escrutinadores contam as cédulas na caixa e, depois de verificar que seu número corresponde ao dos enfermos, colocam-nas uma a uma no prato e, com isso, introduzem todas juntas no recipiente. O escrutínio Após todos os eleitores terem colocado suas cédulas na urna, o primeiro escrutinador sacode a urna várias vezes para embaralhar as cédulas e, imediatamente depois, o último escrutinador procede à contagem das cédulas, retirando-as visivelmente uma a uma da urna e colocando-as em outro recipiente vazio. Se o número de cédulas não corresponder ao número de eleitores, todas elas deverão ser queimadas e uma segunda votação deverá ser realizada imediatamente. Se, ao invés, corresponder ao número de eleitores, segue-se a contagem. Os três escrutinadores sentam-se em uma mesa em frente ao altar: o primeiro pega uma cédula, abre-a, observa o nome do eleito e a passa para o segundo, que, depois de verificar o nome do eleito, a passa para o terceiro, que a lê em voz alta – para que todos os eleitores presentes possam marcar o voto em uma folha reservada para isso – e anota o nome lido. Se, durante a apuração, os escrutinadores encontrarem duas cédulas dobradas de modo que pareçam ter sido preenchidas por um único eleitor, se elas tiverem o mesmo nome, serão contadas como um único voto; se, ao invés, tiverem dois nomes diferentes, nenhum dos votos será válido, mas em nenhum dos casos a votação será anulada. Quando a contagem das cédulas termina, os escrutinadores somam os votos obtidos pelos vários nomes e os anotam em uma folha de papel separada. O último dos escrutinadores, na medida em que lê as cédulas, perfura-as com uma agulha no ponto em que a palavra Eligo está localizada e as insere em uma linha, para que possam ser preservadas com mais segurança. Quando a leitura dos nomes é concluída, as pontas da linha são amarradas com um nó e as cédulas são colocadas em um recipiente ou em um dos lados da mesa. A este ponto, os votos são contados e, depois de conferidos, as cédulas são queimadas em um fogão de ferro fundido usado pela primeira vez durante o Conclave de 1939. Um segundo fogão, de 2005, conectado, é usado para os produtos químicos que devem dar a cor preta no caso de não eleição e branca no caso de eleição. O quorum necessário São necessários pelo menos 2/3 (dois terços) dos votos para eleger o Romano Pontífice. No caso específico do Conclave que começará na quarta-feira, 7 de maio, serão necessários 89 votos para eleger o Papa, sendo que o número de cardeais eleitores é 133. Independentemente de o Papa ser eleito ou não, os revisores devem verificar as cédulas e as anotações feitas pelos escrutinadores, para garantir que eles tenham cumprido sua tarefa com exatidão e fidelidade. Imediatamente após a revisão, antes que os cardeais eleitores deixem a
LATIM, O IDIOMA OFICIAL ENTRE OS CARDEAIS NA CAPELA SISTINA
Desde a entrada na Capela Sistina até o anúncio da Sacada da Bênção, há séculos a língua latina tem marcado os momentos decisivos da eleição do Papa. Mas, no caso do “nome pontifício”, não há uma escolha unívoca Se nas Congregações Gerais dos cardeais, a quem é confiado o governo durante a “Sé Apostólica vacante”, há um serviço de tradução simultânea, na Capela Sistina – do Extra omnes ao Habemus Papam – o latim volta a ser o protagonista como idioma oficial da Igreja católica. No Palácio Apostólico, todo o cerimonial da entrada para o Conclave, com os cardeais eleitores se deslocando em procissão da Capela Paulina até a Sacellum Sixtinum, o canto da Ladainha de todos os Santos, seguido pelo Veni Creator Spiritus, até a fórmula do juramento sobre o Evangelho feito por cada purpurado e, em seguida, o convite aos não autorizados a deixar o local que será “fechado a chave”, é marcado por fórmulas latinas estabelecidas pelo Ordo rituum conclavis. Extra Omnes Trata-se de “termos tradicionalmente nascidos e usados na língua latina, recebidos e conservados ao longo dos séculos para regular e definir com precisão essas passagens cruciais na vida da Igreja”, explica padre Davide Piras, que faz parte da equipe de scriptores da Secretaria de Letras Latinas do Vaticano. O Extra omnes (Todos para fora), que na tarde de 7 de maio será “intimado” pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, o arcebispo Diego Ravelli, no final do juramento do último dos cardeais eleitores, é um convite aos estranhos ao Conclave para que deixem a Capela Sistina, já que a eleição papal é secreta. “É uma preposição seguida do caso acusativo que ordena que todos os presentes não autorizados deixem o local que está prestes a ser fechado”, explica o padre Piras. “A frase costumava ser pronunciada no início do Consistório secreto e nos estágios iniciais da assembleia conciliar, com o mesmo convite aos não autorizados para abandonar o local”. Eligo in Summum Pontificem… Até mesmo a cédula de votação usada na Capela Sistina, de acordo com a Constituição Universi dominici gregis, deve conter as palavras em latim: Eligo in Summum Pontificem (Elejo Sumo Pontífice) escritas na metade superior, enquanto a metade inferior é deixada para o nome da pessoa eleita. Se, ao final da contagem dos votos, os três cardeais escrutinadores verificarem que um dos eleitores obteve pelo menos dois terços, a eleição do Papa é canonicamente válida. O Cardeal Decano, ou o primeiro dos Cardeais por ordem e ancianidade, pede o consentimento do eleito novamente com uma fórmula latina Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem? (Aceitas a eleição como Sumo Pontífice?) e, a uma resposta afirmativa, ele acrescenta: Quo nomine vis vocari? (Como queres ser chamado?), uma pergunta à qual o eleito responde com o nome pontifício. “Temos o Papa!” Em seguida, o primeiro dos Cardeais Diáconos, o protodiácono – para este Conclave, o cardeal Dominique Mamberti – será encarregado, de acordo com o nº 74 do Ordo Rituum Conclavis, de anunciar da Sacada da Sala da Bênção da Basílica Vaticana, a eleição e o nome do novo Pontífice, que imediatamente depois dará a Bênção Urbi et Orbi. “O texto latino do chamado Habemus papam – explica padre Piras – é em parte inspirado no Capítulo 2º do Evangelho de Lucas, que traz as palavras do Anjo anunciando aos pastores o nascimento do Messias. A adoção dessa fórmula seguramente é anterior a 1484, ano em que certamente foi usada para a eleição de Giovanni Battista Cybo, que assumiu o nome de Inocêncio VIII”. “Ela remonta – explica o scriptor da Secretaria de Letras Latinas – à eleição do Papa Martinho V em 1417. Antes dele, de fato, para reivindicar a legitimidade de seu cargo pontifício naquele período atormentado, houve, devido a vicissitudes ligadas ao Concílio de Constança, até três papas”. “O anúncio – acrescenta padre Piras – poderia, portanto, naquelas circunstâncias, também soar como: ’Finalmente temos um papa, e apenas um!’”. Habemus Papam A fórmula completa inclui as palavras em latim: Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam! Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum, Dominum (e aqui vai o nome de batismo do eleito no acusativo), Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem (aqui vai o sobrenome do eleito não traduzido para o latim), qui sibi nomen imposuit (e aqui vai o nome pontifício, seguido pelo número ordinal, se houver). Fórmula que pode ser traduzida para o português: “Eu vos anuncio uma grande alegria: temos o Papa! É o eminentíssimo e reverendíssimo Sr., Sr. … , cardeal da Santa Igreja Romana … que escolheu o nome …”. Mas a escolha do caso latino em que o nome do Papa é anunciado não é unívoca. Fórmulas diferentes, mas todas corretas “Se considerarmos o século passado e o atual – aponta padre Piras -, o anúncio do nome pontifício do novo papa foi feito pelo menos três vezes – para Pio XII, Paulo VI e Francisco – usando o caso ’acusativo’ latino e, portanto, as expressões Pium, Paulum e Franciscum. Enquanto que quatro vezes, para a eleição de João XXIII, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI, o protodiácono usou o “genitivo epexegético” e, portanto, as fórmulas Ioannis, Ioannis Pauli e Benedicti”. “O genitivo ‘epexegético’ – continua explicando o latinista da Secretaria vaticana – é o uso real do complemento de especificação, pois determina um conceito genérico. Quando, ao invés, o acusativo é usado, o nome do papa é gramaticalmente uma aposição e tem o mesmo caso que o nome ao qual se refere, ou seja, nomen, no caso da fórmula papal”. “Voltando ainda mais no tempo – acrescenta o scriptor -, descobrimos que no século XIX, para a eleição de Leão XIII e Pio IX, o nome papal foi anunciado com o caso nominativo – portanto, Leo e Pius – como um aposto do sujeito aqui. Uma escolha gramatical também feita em séculos anteriores. Em todos os casos, essas são fórmulas corretas, portanto alternativas, mesmo que para alguns o acusativo fosse preferível por uma questão estilística”. O número ordinal “No que diz respeito ao número ordinal – conclui o padre Piras -, o costume diz que ele só é pronunciado se o Papa eleito não for o primeiro a usar esse nome
COMEÇOU O CONCLAVE: CARDEAIS ESTÃO INCOMUNICÁVEIS NA CAPELA SISTINA
Após Missa Pro Eligendo Pontifice: “Que seja eleito o Papa que a Igreja e a humanidade precisam”, cardeais despojaram-se de aparelhos eletrônicos e adentraram à Capela Sistina, de onde sairá um eleito; os cardeais participam de até quatro rodadas de votação por dia, duas na parte da manhã e outras duas à tarde; as cédulas são incineradas duas vezes ao dia; até o 12º dia da votação, totalizando 34 escrutínios, o candidato que obtiver dois terços dos votos será eleito Presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, a Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, na manhã desta quarta-feira, 7 de maio, preparou espiritualmente o Colégio Cardinalício para a eleição do novo Sucessor de Pedro, com um apelo à orientação do Espírito Santo. Em sua homilia, o Decano destacou a importância da oração, do amor cristão e da comunhão eclesial. Concluiu com um apelo à unidade e à escolha sábia para conduzir a Igreja em tempos desafiadores. A Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, celebrada na manhã desta quarta-feira, 7 de maio, na Basílica de São Pedro, marca o início do processo de eleição do novo Papa. Presidida pelo Cardeal Decano, dom Giovanni Battista Re, e concelebrada pelos membros do Colégio Cardinalício, o rito solene reuniu milhares de fiéis, que já vivem a expectativa pela escolha do Sucessor de Pedro. Em sua homilia, o Decano exortou os presentes à oração confiante, à escuta atenta do Espírito Santo e ao cultivo da comunhão fraterna: “Nos Atos dos Apóstolos, lê-se que, após a ascensão de Cristo ao céu e enquanto aguardavam o dia de Pentecostes, todos perseveravam unidos em oração com Maria, a Mãe de Jesus (cf. At 1,14). É exatamente isso o que nós também estamos fazendo, a poucas horas do início do Conclave, sob o olhar da Virgem Maria, colocada ao lado do altar nesta Basílica que se ergue sobre o túmulo do Apóstolo Pedro.” Invocar o Espírito Santo: atitude justa e necessária De forma serena e, ao mesmo tempo, precisa, o cardeal Re expressou o sentimento comum da Igreja neste momento decisivo: “Sentimos unido a nós todo o povo de Deus, com seu sentido de fé, de amor ao Papa e de espera confiante.” E acrescentou: “Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar sua luz e sua força, a fim de que seja eleito o Papa de que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história.” O Decano destacou o peso espiritual do momento e a gravidade da responsabilidade confiada aos cardeais eleitores: “Rezar, invocando o Espírito Santo, é a única atitude justa e necessária, enquanto os Cardeais eleitores se preparam para um ato de máxima responsabilidade humana e eclesial e para uma escolha de excepcional importância; um ato humano pelo qual se deve deixar de lado qualquer consideração pessoal, tendo na mente e no coração apenas o Deus de Jesus Cristo e o bem da Igreja e da humanidade.” Cardeal Re durante a homilia (@Vatican Media) Amor: distintivo da fé cristã Ao refletir sobre o Evangelho proclamado na liturgia, o cardeal concentrou sua meditação na mensagem central da Última Ceia: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,13), e destacou que este ensinamento de Jesus é o verdadeiro distintivo da fé cristã: “O amor que Jesus revela não conhece limites e deve caracterizar os pensamentos e ações de todos os seus discípulos, que devem sempre demonstrar amor autêntico em seu comportamento e empenhar-se na construção de uma nova civilização — aquela que Paulo VI chamou de ‘civilização do amor’. O amor é a única força capaz de mudar o mundo.” Comunhão e fidelidade ao evangelho Referindo-se à qualidade fundamental dos pastores — o amor até a entrega total de si mesmos — o Decano afirmou que, nos textos litúrgicos da celebração eucarística, lê-se o convite ao amor fraterno, à ajuda recíproca e ao empenho em favor da comunhão eclesial e da fraternidade humana universal. E completou: “Entre as tarefas de cada Sucessor de Pedro está a de promover a comunhão: comunhão de todos os cristãos com Cristo, dos bispos com o Papa, e entre os próprios bispos. Não uma comunhão autorreferencial, mas totalmente orientada para a união entre as pessoas, os povos e as culturas — sempre com o objetivo de que a Igreja seja ‘casa e escola de comunhão’. Além disso, há um forte apelo à manutenção da unidade da Igreja, conforme o caminho indicado por Cristo aos Apóstolos. A unidade da Igreja, desejada por Cristo, não significa uniformidade, mas uma comunhão sólida e profunda na diversidade, desde que se mantenha a plena fidelidade ao Evangelho.” Ato de fé e responsabilidade “A eleição do novo Papa não é uma simples sucessão de pessoas, mas é sempre o Apóstolo Pedro que retorna”, afirmou Re, reiterando que o Papa “é a rocha sobre a qual a Igreja é edificada” (cf. Mt 16,18). Referindo-se ao local onde os cardeais expressarão seu voto, o Decano destacou que “os cardeais eleitores expressarão seu voto na Capela Sistina, onde, como diz a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, ‘tudo concorre para avivar a consciência da presença de Deus, diante do qual deverá cada um apresentar-se um dia para ser julgado’.” E evocou as palavras do Papa São João Paulo II no Tríptico Romano: “Nas horas da grande decisão através do voto, a imagem imponente de Cristo Juiz, pintada por Michelangelo, lembrará a cada um a grande responsabilidade de colocar as ‘chaves supremas’ nas mãos certas.” Basílica de São Pedro durante a celebração (@Vatican Media) O mundo de hoje espera muito da Igreja Ao concluir sua homilia, dom Giovanni Battista Re fez um apelo confiante à oração de toda a Igreja: “Oremos para que Deus conceda à Igreja o Papa que melhor saiba despertar as consciências de todos e as energias morais e espirituais na sociedade atual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus. O mundo de hoje espera muito da Igreja para a salvaguarda daqueles
TESTAMENTO DO PAPA FRANCISCO
Teor completo do documento foi publicado nesta segunda, 28 de abril de 2025; abaixo conteúdo em sua íntegra “TESTAMENTO DO SANTO PADRE FRANCISCO __________________ Ataque Miserando Escolhendo Em nome da Santíssima Trindade. Amém. Sentindo que se aproxima o crepúsculo da minha vida terrena e com uma viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar a minha vontade testamentária apenas quanto ao local da minha sepultura. Sempre confiei minha vida e meu ministério sacerdotal e episcopal à Mãe de Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que meus restos mortais descansem aguardando o dia da ressurreição na Basílica Papal de Santa Maria Maior. Espero que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antigo santuário mariano, onde vim rezar no início e no fim de cada viagem apostólica, para confiar com confiança as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-lhe os seus cuidados dóceis e maternos. Peço que meu túmulo seja preparado no nicho da nave lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani ) e a Capela Sforzesca da mencionada Basílica Papal, conforme indicado no anexo anexo. A sepultura deve estar no chão; simples, sem decorações especiais e com a única inscrição: Franciscus . As despesas para a preparação do meu sepultamento serão cobertas por uma doação do benfeitor que escolhi, uma quantia que será transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior, e para a qual dei as instruções apropriadas ao Bispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Capítulo Libérico. Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me amaram e continuarão a orar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte da minha vida eu ofereci ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos. Santa Marta, 29 de junho de 2022 FRANCISCO“
REALIZADO O RITO DE FECHAMENTO DO CAIXÃO DO PAPA FRANCISCO
No Altar da Confissão, o cardeal camerlengo Kevin Farrell presidiu o rito de fechamento do caixão do Santo Padre. Familiares próximos do Pontífice estiveram presentes no momento solene. Ao longo da noite, o Cabido de São Pedro permanecerá em vigília contínua de oração em honra ao Papa Nesta sexta-feira, 25 de abril de 2025, às 20h00min no horário do Vaticano (às 15h00min no horário de Brasília), no Altar da Confissão na Basílica de São Pedro, conforme anunciado, foi realizado o rito de fechamento do caixão do Romano Pontífice. Durante o rito, presidido pelo Cardeal Camerlengo, o Mestre das Celebrações Litúrgicas fez a leitura do “Rogito” (Escritura), que foi colocado dentro do caixão no final da cerimônia. Além das pessoas indicadas na Notificação do Departamento de Celebrações Litúrgicas, alguns parentes do Papa também participaram do rito. A celebração, conduzida de acordo com as prescrições do “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, terminou às 21h. Durante a noite, o Cabido de São Pedro assegurará uma presença de oração e vigília junto ao corpo do Pontífice, até os preparativos para a Santa Missa de amanhã de manhã. === Com informações e fotos: Vatican News
PAPA FRANCISCO, DOZE ANOS DE NOVOS DINAMISMOS E PORTAS ABERTAS
O pontificado de Jorge Mario Bergoglio no trono de Pedro, entre viagens, reformas, documentos, reestruturações eclesiais, compromissos pela paz, pelos pobres e migrantes, no horizonte da inovação e da fraternidade Por: Salvatore Cernuzio – Vatican News Papa Francisco foi o primeiro em muitas coisas. Primeiro Papa jesuíta, primeiro Papa originário da América Latina, primeiro a escolher o nome Francisco sem um numeral, primeiro a ser eleito com seu antecessor ainda vivo, primeiro a residir fora do Palácio Apostólico, primeiro a visitar terras nunca antes tocadas por um pontífice – do Iraque à Córsega -, primeiro a assinar uma Declaração de Fraternidade com uma das autoridades islâmicas mais importantes. Também foi o primeiro Papa a se equipar com um Conselho de Cardeais para governar a Igreja, a atribuir funções de responsabilidade a mulheres e leigos na Cúria, a lançar um Sínodo que envolvia diretamente o povo de Deus, a abolir o segredo pontifício para casos de abuso sexual e a remover a pena de morte do Catecismo. O primeiro também, a liderar a Igreja enquanto no mundo não há “a” guerra, mas muitas guerras, pequenas e grandes, travadas “em pedaços” nos diferentes continentes. Uma guerra que “é sempre uma derrota”, como repetiu nos mais de 300 apelos, mesmo quando sua voz falhava, e que ocuparam todos os últimos pronunciamentos públicos desde o início da violência na Ucrânia e no Oriente Médio. Última passagem com o Papamóvel de Francisco na Praça São Pedro, após a Urbi et Orbi de ontem, 20 de abril de 2025, Domingo de Páscoa (Vatican Media) Processos Mas Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, provavelmente não gostaria que o conceito de “primeiro” fosse associado ao seu pontificado, projetado nesses 12 anos não para atingir metas ou conquistar primados, mas para iniciar “processos”. Processos em andamento, processos concluídos ou distantes, processos que provavelmente são irreversíveis até mesmo para quem o sucederá no trono de Pedro. Ações que geram “novos dinamismos” na sociedade e na Igreja – como está escrito na road map do pontificado, a Evangelii Gaudium – sempre no horizonte do encontro, da troca, da colegialidade. Do fim do mundo “E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo”, foram as primeiras palavras pronunciadas da Sacada Central da Basílica de São Pedro, no final da noite de 13 de março de 2013, para uma multidão que lotava a Praça São Pedro há um mês, sob os refletores após a renúncia de Bento XVI. Para aquela multidão, o recém-eleito Papa de 76 anos, escolhido por seus irmãos cardeais, originário “do fim do mundo”, pediu uma bênção. Com o povo, quis recitar uma Ave Maria, tropeçando em um italiano que até então não havia praticado assiduamente, dadas as raras visitas do pastor de Buenos Aires a Roma, pronto para fazer as malas imediatamente após o Conclave. E ao povo, no dia seguinte, ele quis prestar sua homenagem íntima, dirigindo-se à paróquia de Santa Ana no Vaticano e depois à Basílica de Santa Maria Maior, agradecendo à Salus Populi Romani, protetora de seu pontificado, a quem ele continuou a prestar homenagem em todos os momentos mais fortes. E exatamente nessa Basílica, Francisco expressou seu desejo de ser enterrado. A eleição em 13 de março de 2013 (ANSA) Pastor no meio do povo A proximidade com o povo, um legado do ministério argentino, foi manifestada pelo Papa em todos os anos seguintes de várias maneiras: com visitas aos funcionários do Vaticano nos seus escritórios, com as Sextas-feiras da Misericórdia no Jubileu de 2016 em locais de marginalização e exclusão, com as celebrações da Quinta-feira Santa em prisões, asilos e centros de acolhida, com o longo tour em paróquias nos subúrbios romanos, com visitas e telefonemas surpresa. E manifestou essa proximidade em todas as viagens apostólicas, começando pela primeira ao Brasil em 2013, herdada de Bento XVI, da qual nos lembramos a imagem do papamóvel bloqueado no meio da multidão. Primeiro Papa no Iraque O Pontífice argentino completou quarenta e sete peregrinações internacionais, feitas com base em eventos, convites de autoridades, missões a serem realizadas ou algum “movimento” interno, como ele mesmo revelou no voo de volta do Iraque. Sim, exatamente o Iraque: três dias em março de 2021 entre Bagdá, Ur, Erbil, Mosul e Qaraqosh, terras e vilarejos com cicatrizes ainda evidentes da matriz terrorista, com sangue nas paredes e tendas de pessoas deslocadas ao longo das estradas, em meio à pandemia da Covid e preocupações gerais com a segurança. Uma viagem desaconselhada por muitos por causa da saúde e do risco de atentados; uma viagem desejada a todo custo. A “mais bela” viagem, como o próprio Francisco sempre confidenciou, o primeiro Papa a pisar na terra de Abraão, onde João Paulo II não conseguiu ir, e a conversar com o líder xiita Al-Sistani. Papa Francisco entre os escombros de Mosul, viagem ao Iraque (2021) (Vatican Media) A Porta Santa em Bangui e a mais longa viagem ao Sudeste Asiático e à Oceania Uma boa obstinação o levou ao Iraque, a mesma que em 2015 o levou a Bangui, a capital da República Centro-Africana ferida por uma guerra civil que, nos mesmos dias da visita, deixou mortos pelas ruas. No país africano, onde disse que queria ir mesmo ao custo de saltar “de paraquedas”, Francisco abriu a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia em uma cerimônia comovente que também marca o recorde de um Ano Santo aberto não em Roma, mas em uma das regiões mais pobres do mundo. Também pode ser descrito como uma boa obstinação a que animou sua decisão de empreender a viagem mais longa do pontificado em setembro de 2024, aos 87 anos: Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste, Cingapura. Quinze dias, dois continentes, quatro fusos horários, 32.814 km percorridos de avião. Quatro universos diferentes, cada um representando os principais temas do Magistério: fraternidade e diálogo inter-religioso, periferias e emergência climática, reconciliação e fé, riqueza e desenvolvimento a serviço da pobreza. A abertura da Porta Santa em Bangui (ANSA) De Lampedusa a Juba Não se pode esquecer, repercorrendo as viagens apostólicas e as visitas pastorais, a primeira viagem