UNOCHAPECÓ, POR MEIO DO UNOMIGRAÇÕES, PROMOVE I SEMINÁRIO DE IMIGRAÇÕES
Chapecó conta com 25 mil imigrantes, sendo 19 mil venezuelanos, o que reforça o empenho da Prefeitura e da Universidade em integrá-los na comunidade Foi realizado o primeiro Seminário de Imigrações que faz parte do Projeto de Extensão UNOMIGRAÇÕES. O evento reuniu autoridades, acadêmicos, comunidade e imigrantes para debater inclusão social, políticas públicas e estratégias de combate ao preconceito. A programação ainda contou com o lançamento do Dossiê Temático produzido pelo projeto de extensão, que reúne artigos científicos sobre a temática migratória no Brasil. Na abertura, a coordenadora do projeto professora Odisséia Paludo Fontana deu as boas-vindas aos participantes e destacou o papel social da Universidade. “Pretendemos promover a inclusão, compartilhar conhecimento e fortalecer o sentimento de pertencimento dos imigrantes em Chapecó e região. Todas as ações e pesquisas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, com o objetivo maior de diminuir as desigualdades”, afirmou. Hoje, Chapecó conta com 25 mil imigrantes, sendo 19 mil venezuelanos, o que reforça o empenho da Prefeitura e da Universidade em integrá-los na comunidade. Dessa maneira, o evento contou com a participação do Secretário da Família e Proteção Social de Chapecó, Luciano Hüning, que evidenciou a importância do seminário e do debate no contexto local em um modo geral. “Esse seminário faz as pessoas refletirem sobre um assunto muito importante que é a imigração em Chapecó. Na Secretaria, o CAI (Serviço de Atendimento ao Imigrante) atende mensalmente mais de 300 pessoas, encaminhando para saúde, educação e mercado de trabalho. É um trabalho essencial, e o seminário ajuda a apontar os avanços e os desafios da nossa realidade”, destacou. A Unochapecó reafirma o compromisso com as causas sociais e comunitárias por meio de iniciativas como o Seminário de Imigrações. Para o professor e diretor de Ensino e Extensão Hilário Júnior dos Santos, o evento fortalece a missão da Universidade de integrar ciência, desenvolvimento e sociedade, além de valorizar os 55 anos de história da Instituição como agente de transformação regional. “A Unochapecó existe como Universidade Comunitária para isso: integrar ciência, desenvolvimento e sociedade. Neste ano, em que completamos 55 anos de história, é um orgulho ver iniciativas como esta ganharem força. Queremos que esses encontros se multipliquem, transformando pessoas e fortalecendo nossa missão de contribuir para o desenvolvimento regional e nacional”, afirmou. No evento, foi lançado o dossiê ‘Migrações: Fluxos, Desafios e Perspectivas’ que é uma edição da revista Grifos, que reúne artigos científicos produzidos em diferentes regiões do Brasil e organizados em torno de um mesmo tema. No caso do Seminário de Imigrações, a edição apresenta dez textos produzidos por pesquisadores, que trazem olhares interdisciplinares sobre os processos migratórios. A proposta é oferecer ao público acadêmico e à comunidade em geral uma visão ampla e fundamentada, com base em distintos métodos, conceitos e teorias, contribuindo para o debate e a produção de conhecimento na área. Confira o dossiê completo aqui. O Seminário busca promover conhecimento, inclusão e respeito à diversidade, por meio da Universidade como espaço de diálogo e transformação social. A professora Odisséia Paludo Fontana, ressaltou também a relevância acadêmica e social da iniciativa. Segundo ela, os conceitos e teorias interdisciplinares sobre migração resultam de agendas de pesquisa desenvolvidas em várias regiões do Brasil. === Texto: Leonardo Lamp Rostirolla / Estagiário da Assessoria de Imprensa Unochapecó, sob supervisão de Ionara Virmes Fotografias: Assessoria de Imprensa Unochapecó/Divulgação
GOVERNO FEDERAL VAI MANTER ATIVIDADES DA OPERAÇÃO ACOLHIDA APÓS CORTE DE VERBAS DOS ESTADOS UNIDOS
Governo norte-americano suspendeu por 90 dias o repasse de recursos para a Organização Internacional para as Migrações (OIM), vinculada à ONU, entidade parceira na operação voltada aos venezuelanos; Operação Acolhida oferece assistência emergencial a migrantes e refugiados venezuelanos que ingressam no Brasil pela fronteira com Roraima O Governo Federal realizou, na tarde de segunda-feira (27/1), reunião com representantes da Organização Internacional para as Migrações (OIM), entidade vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), para discutir o impacto da suspensão das atividades realizadas pela entidade no âmbito da Operação Acolhida, diante da decisão do governo dos Estados Unidos de suspender por 90 dias o repasse de recursos para essa missão. Coordenada pelo Governo Federal, com o apoio de agências da ONU e mais de cem organizações da sociedade civil, a iniciativa humanitária oferece assistência emergencial a migrantes e refugiados venezuelanos que ingressam no Brasil pela fronteira com Roraima (RR). As autoridades brasileiras estão mobilizadas e seguem em tratativas para reduzir os impactos da ausência das equipes da OIM na operação logística e na gestão de abrigos. Entre as ações emergenciais estão a realocação de servidores das áreas de saúde, assistência social, da Polícia Federal e Defesa para manterem, em caráter emergencial, as atividades essenciais. O governo brasileiro reafirma seu compromisso com o acolhimento humanitário de imigrantes e seu entendimento sobre a importância das atividades desenvolvidas pela OIM e demais instituições especializadas no tema para alcance desse objetivo. Também participaram da reunião representantes da Casa Civil, dos ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde, da Defesa, da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal. Clique aqui e acesse a Nota Oficial do Ministério da Justiça e Segurança Pública. === Com informações: Agência Gov | Via MJSP Foto: Arquivo/Alexandre Manfrim/Divulgação
SAÍDA DOS EUA DO ACORDO DE PARIS DEVE SER EFETIVADA SOMENTE EM 2026
Entenda o que é o tratado internacional sobre mudanças climáticas Assim que tomou posse, na última segunda-feira (20), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto retirando o país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Imediatamente, o porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Stephane Dujarric, divulgou uma declaração reconhecendo a relevância do país na liderança de questões ambientais e destacando a importância da continuidade dessa condução por estados e empresas norte-americanas. Oficialmente, a decisão de Trump ainda não chegou às mãos do depositário do tratado internacional, secretário-geral da ONU, António Guterres, conforme prevê o artigo 28 do próprio Acordo de Paris. “A qualquer momento após três anos da data em que este Acordo entrou em vigor para uma Parte, essa Parte pode se retirar deste Acordo mediante notificação por escrito ao Depositário”, diz o documento. No caso dos Estados Unidos, os três anos começaram a contar em 4 de novembro de 2016, como para a maioria dos países signatários que aderiram ao tratado ainda em 12 de dezembro de 2015, quando o instrumento foi adotado oficialmente durante a COP21, em Paris. Por essa razão, apesar de Trump anunciar a primeira saída do país, em 2017, o pedido oficial só foi enviado em novembro de 2019, para que tivesse validade. Da mesma forma, o artigo 28 do Acordo de Paris, também determina que “qualquer retirada entrará em vigor no prazo de um ano a partir da data do recebimento pelo Depositário da notificação de retirada, ou em data posterior conforme especificado na notificação de retirada”. Assim, a decisão só foi efetivada dois meses antes de Trump deixar a Casa Branca em seu primeiro mandato, quase não restando tempo para que o impacto fosse significativo antes do presidente, então eleito, Joe Biden revogar a medida. Embora tenha manifestado uma série de medidas antiambientalistas antes mesmo de ser reeleito, Trump, como no mandato anterior, anunciou a saída apenas do Acordo de Paris e não da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), que teria como consequência a saída dos dois tratados. Para a gerente sênior de ação climática da WRI Brasil, Míriam Garcia, quando a saída dos Estados Unidos for efetivada, o país permanecerá mantendo compromissos globais para enfrentamento da mudança do clima. “Nas diferentes trilhas de negociação, você tem algumas trilhas que são referentes ao Acordo de Paris e a operacionalização do Acordo de Paris, e você tem algumas trilhas que são dadas à questão de orçamento da própria convenção ou de estrutura da convenção. Então, em todas essas esferas, os Estados Unidos ainda continuam”, avalia. Desta vez, caso o documento seja recebido pela ONU ainda em 2025, o prazo de um ano começará a contar e a decisão terá efeito já no segundo ano de mandato de Trump, em 2026. Na avaliação do especialista em política internacional do Instituto ClimaInfo, Bruno Toledo, além dessa nova saída dos EUA do tratado ter maior duração, a medida também ocorre hoje em outro contexto. “Lá em 2017, era a recém-aprovação do Acordo de Paris, apenas dois anos depois de 2015. Então, de uma certa maneira, digamos que o humor público era muito mais otimista por conta daquele sucesso”, destaca. Presidente Donald Trump assinou decreto retirando os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas Foto: Reuters/Mike Segar/Proibida reprodução Ameaça Passados dez anos, Toledo considera que houve um desgaste no engajamento das partes do tratado, por não alcançarem consenso para implementação de medidas que garantam a diminuição das emissões dos gases do efeito estufa, e consequente contenção do aumento da temperatura do planeta. “Em 2017, você ainda tinha um otimismo por conta da experiência de Paris e hoje é muito mais frustração. Então, esse é um risco que a gente não tinha lá atrás. O quanto que essa frustração pode contaminar não apenas países, mas também observadores.”, diz. Por outro lado, Bruno destaca que tratados multilaterais como o Acordo de Paris ainda são a principal forma de avançar na construção de políticas de enfrentamento às urgências globais, como a mudança do clima. “É o único tratado internacional que nós temos, nos quais praticamente todos os governos do mundo se comprometem com metas de redução de emissões de gás de efeito estufa”, ressalta. Miriam diz que é preciso lembrar que o Acordo de Paris é resultado de um longo processo de construção de consenso para uma arquitetura intergovernamental que viabilize ações que façam frente aos desafios impostos pela mudança do clima. “É através desse olhar de fortalecimento do multilateralismo e das diferentes ferramentas que existem sob o guarda-chuva do Acordo de Paris que nós vamos conseguir atingir as metas de mitigação e de adaptação.” Para a especialista, essas metas são dinâmicas e acompanham a volatilidade da geopolítica, mas não devem servir de questionamento de mecanismos multilaterais como o Acordo de Paris. “Precisamos olhar o acordo como um instrumento que garante a participação de todos os países, porque cada país ali tem um voto dos signatários do Acordo de Paris. E buscar nesse espaço multilateral as reformas necessárias para que ele possa continuar respondendo aos desafios que só vão aumentando.” Acordo de Paris O Acordo de Paris é uma das ferramentas da UNFCCC, que foi o primeiro tratado multilateral sobre o tema assinado pelos países na Eco92, no Rio de Janeiro. “O Acordo de Paris é como se fosse um sub acordo, porque ele está dentro de um guarda-chuva maior, que é o da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima”, explica Bruno Toledo. O especialista recorda que, após a criação desse primeiro tratado, em 1997, houve a criação do Protocolo de Kyoto, que foi a primeira ferramenta desenhada para reduzir as emissões globais. “No Protocolo de Kyoto, apenas os países desenvolvidos, aqueles industrializados, que tinham compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa, mas infelizmente, por conta de questões políticas, logo em seguida os Estados Unidos, que era parte do protocolo, sai, durante o governo do George W. Bush em 2001, e nisso o tratado acaba perdendo