IBGE: DESEMPREGO RECUA PARA 5,4%, MENOR TAXA DA SÉRIE HISTÓRICA INICIADA EM 2012
No trimestre móvel encerrado em outubro de 2025, o número de empregados com carteira assinada renovou seu recorde, chegando a 39,182 milhões. Dados foram divulgados nesta sexta (28) pelo IBGE A taxa de desocupação do trimestre móvel encerrado em outubro de 2025 caiu para 5,4%, repetindo a menor taxa da série histórica, que teve início em 2012. Frente ao trimestre móvel de maio a junho (5,6%), a taxa recuou 0,2 ponto percentual (p.p.). Comparada ao trimestre encerrado em outubro de 2024 (6,2%), o indicador caiu 0,7 p.p. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (28/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre, a população desocupada caiu para seu menor contingente desde o início da pesquisa, em 2012: 5,910 milhões, recuando nas duas comparações: -3,4% (menos 207 mil pessoas) no trimestre e -11,8% (menos 788 mil pessoas) no ano. O total de trabalhadores do País ficou estável, em 102,5 milhões, ainda em patamar recorde, enquanto o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) ficou em 58,8%. Já o número de empregados com carteira assinada renovou seu recorde, chegando a 39,182 milhões. A taxa composta de subutilização manteve-se em 13,9%, a menor da série histórica da Pnad Contínua. Os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas recuaram para 4,572 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em abril de 2016. A força de trabalho potencial recuou para 5,2 milhões, menor número desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015. Durante a pandemia, no trimestre de maio a julho de 2020, esse indicador havia chegado ao seu auge: 13,8 milhões. Já a população desalentada chegou em 2,647 milhões, depois de ter atingido seu maior valor (5,829 milhões) no trimestre de janeiro a março de 2021. Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, “o elevado contingente de pessoas ocupadas nos últimos trimestres contribui para a redução da pressão por busca por ocupação e, como resultado, a taxa de desocupação segue em redução, alcançando nesse trimestre o menor valor da série histórica”. No trimestre, grupamentos da Construção e da Administração pública crescem, mas Outros serviços recuam Embora a população ocupada do país tenha ficado estatisticamente estável frente ao trimestre móvel anterior, dois dos dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua mostraram crescimento no período: Construção (2,6%, ou mais 192 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,3%, ou mais 252 mil pessoas). Houve redução no grupamento de Outros serviços (2,8%, ou menos 156 mil pessoas). Leia também:• Caged: Brasil gera 1,8 milhão de novos empregos CLT até outubro e já supera 2024• ‘Tem uma mudança social acontecendo no Brasil’, diz Guilherme Mello Em relação ao mesmo trimestre móvel de 2024, a ocupação aumentou em dois grupamentos: Transporte, armazenagem e correio (3,9%, ou mais 223 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,8%, ou mais 711 mil pessoas). Houve redução nos seguintes grupamentos: Outros serviços (3,6%, ou menos 203 mil pessoas) e Serviços domésticos (5,7%, ou menos 336 mil pessoas). Informalidade fica estável e número de trabalhadores com carteira renova recorde No trimestre encerrado em outubro, a taxa de informalidade foi de 37,8% da população ocupada, ou o equivalente a 38,7 milhões de trabalhadores informais, repetindo os 37,8% do trimestre móvel anterior. No entanto, esta taxa ficou abaixo dos 38,9% (ou 40,3 milhões de trabalhadores informais) do trimestre encerrado em outubro de 2024. O número de empregados do setor privado com carteira de trabalho assinada manteve o recorde, chegando aos 39,182 milhões e mostrando estabilidade no trimestre. Na comparação anual, esse contingente cresceu 2,4% (mais 927 mil pessoas). Já o número de empregados no setor público (12,9 milhões) ficou estável no trimestre e subiu 2,4% (mais 298 mil pessoas) no ano. Pelo lado da informalidade, o número de empregados sem carteira no setor privado (13,6 milhões) ficou estável no trimestre e recuou 3,9% (menos 550 mil pessoas) no ano. Já o número de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) também ficou estável no trimestre e cresceu 3,1% (mais 771 mil pessoas) no ano. Massa de rendimento dos trabalhadores é novamente recorde: R$ 357,3 bilhões A massa de rendimento médio real bateu novo recorde, chegando a R$ 357,3 bilhões com estabilidade no trimestre e alta de 5,0% (mais R$ 16,9 bilhões) no ano. Já o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi recorde, ficando estatisticamente estável no trimestre e crescendo 3,9% no ano. Na comparação trimestral, apenas uma categoria de ocupação teve aumento no rendimento: Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,9%, ou mais R$ 190). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa. Frente ao trimestre de agosto a outubro de 2024, houve aumento nas categorias: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (6,2%, ou mais R$ 129), Construção (5,4%, ou mais R$ 143), Alojamento e alimentação (5,7%, ou mais R$ 126), Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,2%, ou mais R$ 251), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,5%, ou mais R$ 164) e Serviços domésticos (5,0%, ou mais R$ 64). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa. Adriana Beringuy observa que “a manutenção do elevado contingente de trabalhadores, associado à estabilidade do rendimento, permite os valores recordes da massa de rendimento”. Mais sobre a pesquisa A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitorar a força de trabalho do País. Sua amostra corresponde a 211 mil domicílios, distribuídos pelos 26 estados e o Distrito Federal, que são visitados a cada trimestre. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na coleta da pesquisa, integrados à rede de mais de 500 agências do IBGE. Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta presencial. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento
PRODUÇÃO INDUSTRIAL CATARINENSE CRESCEU 7,7% NO ANO PASSADO
FIESC, contudo, não espera o mesmo desempenho em 2025 Santa Catarina liderou a produção industrial brasileira no acumulado de 2024, com um crescimento de 7,7% na indústria geral em comparação com 2023. O desempenho superou a produção industrial brasileira, que foi de 3,1% no ano passado. O presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, avalia que o bom desempenho do estado pode ser explicado pela expansão do setor de bens de capital, que produz máquinas, equipamentos e infraestruturas utilizadas por outras indústrias para fabricar bens. “Esse segmento foi favorecido pelo movimento de redução dos juros iniciado em meados de 2023 e encerrado em outubro. Esse setor é essencial para o crescimento econômico, por impulsionar a produtividade e a inovação”, explica. Conforme análise do Observatório FIESC, entre os segmentos que compõem o setor de bens de capital, destacou-se o de máquinas e equipamentos, que teve alta de 17,1%. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento da atividade industrial em outros setores e também pelo avanço das exportações, que desempenharam um papel importante, especialmente nas vendas de bombas de ar e máquinas agrícolas. “O aumento da renda das famílias favoreceu o consumo de eletrodomésticos, impulsionando a indústria de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que cresceu 16,9%. No comércio exterior, o crescimento das exportações de motores elétricos foi o principal fator de expansão”, explica a economista Camila Morais, do Observatório FIESC. Outro segmento relevante em Santa Catarina impactado pelo aumento da renda familiar no ano passado foi o têxtil e vestuário. A produção de artigos de vestuário e acessórios teve incremento de cerca de 10% em 2024, enquanto a fabricação de produtos têxteis, como itens de cama, mesa e banho, cresceu cerca de 7%. De todos os setores monitorados pelo IBGE, apenas um teve desempenho negativo em SC no ano passado, o de fabricação de móveis, com queda de cerca de 6%. “A diversidade da indústria catarinense e sua distribuição por todo o território fazem com que ela seja o motor da economia do estado, gerando impactos positivos também nos demais segmentos”, avalia Aguiar. A exportação e o consumo das famílias também favoreceram a indústria madeireira, especialmente a fabricação de produtos de madeira, que cresceu 8,9% em relação a 2023. O presidente da FIESC ressalta que, com o aumento dos juros a partir de outubro do ano passado, esse desempenho não deve se repetir em 2025. O consumo das famílias também deve ser arrefecido por um crescimento menor da renda previsto para esse ano, bem como um cenário ainda incerto para as exportações, diante da possibilidade de os Estados Unidos efetivamente adotarem e ampliarem medidas de reciprocidade tarifária. === Com informações: Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Foto: Freepik / Fiesc / Divulgação