Programa pioneiro da Polícia Militar de Santa Catarina oferece segurança às vítimas de violência doméstica; porém, ainda enfrenta desafios pela falta de uma rede de apoio estruturada
A Polícia Militar de Santa Catarina celebra o oitavo aniversário do programa Rede Catarina, um projeto pioneiro de proteção a mulheres vítimas de violência doméstica, que nasceu em Chapecó. A tenente coronel Naíma Huck Amarante, chefe dos programas institucionais da PM, explica que o programa foi iniciado como piloto e, devido ao sucesso, foi expandido para todo o estado. Desde então, mulheres com medidas protetivas têm a oportunidade de serem acompanhadas pela PM, garantindo uma rede de suporte e segurança.
Segundo a tenente coronel, o maior desafio enfrentado pela PMSC é a falta de uma rede de apoio sólida após o atendimento inicial. Após a intervenção policial, muitas mulheres precisam de um local seguro, suporte psicológico, assistência jurídica e auxílio para recomeçar, como moradia e emprego. A ausência desses recursos dificulta que as vítimas rompam o ciclo de violência, fazendo com que algumas voltem a relações abusivas por falta de alternativas.
O processo de atendimento à vítima de violência doméstica começa com um chamado à PM, que realiza o boletim de ocorrência e encaminha a mulher a um hospital ou abrigo, se necessário. Em seguida, é iniciado o processo judicial para obter uma medida protetiva. Com documento judicial em mãos, a PM entra em contato com a vítima para oferecer a inclusão no Rede Catarina, que disponibiliza visitas regulares e o botão do pânico. Desde a criação do programa, a Rede Catarina não registrou feminicídios entre as mulheres sob tutela em Santa Catarina.
Embora algumas cidades como Chapecó já contem com apoio das prefeituras para oferecer abrigo e apoio psicológico, ainda há uma grande demanda por uma estrutura de suporte mais abrangente. A PM de Santa Catarina reforça a importância de fortalecer essa rede, visando dar suporte completo para que as mulheres tenham condições de reconstruir suas vidas longe da violência.