POUPANÇA TEM MAIS SAQUES DO QUE DEPÓSITOS EM ABRIL E FECHA O MÊS COM SALDO NEGATIVO DE R$ 6,4 BILHÕES

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Rendimentos creditados nas contas somam R$ 6,5 bilhões

O dinheiro guardado na caderneta de poupança voltou a diminuir em abril. De acordo com o Banco Central, os saques superaram os depósitos em R$ 6,4 bilhões no mês. É o quarto mês seguido em que mais pessoas retiram dinheiro da poupança do que colocam.

No total, foram depositados R$ 349,6 bilhões em abril, enquanto os saques chegaram a R$ 356 bilhões. Mesmo com essa diferença, os rendimentos da poupança — ou seja, o valor que os bancos pagam a quem deixa o dinheiro aplicado — somaram R$ 6,5 bilhões. Ainda assim, o saldo total da poupança no país segue acima de R$ 1 trilhão.

Ao longo de 2025, a situação da poupança não tem sido positiva. De janeiro a abril, já foram retirados R$ 52,1 bilhões a mais do que o valor depositado. Desde julho do ano passado, a única exceção foi em dezembro, quando os depósitos superaram os saques em R$ 5 bilhões. Mesmo assim, em todo o ano de 2024, houve mais retiradas do que entradas: um saldo negativo de R$ 15,5 bilhões.

Uma das principais razões para essa fuga de recursos é o nível alto da taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 14,75% ao ano. Juros mais altos tornam outros investimentos mais atrativos do que a poupança, que costuma render menos. O Banco Central elevou a Selic pela sexta vez seguida na tentativa de controlar a inflação, principalmente por causa da alta no preço dos alimentos, da energia e do cenário econômico internacional incerto. O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa, não indicou se novas mudanças virão em breve, mas destacou que o momento exige cautela. A expectativa do mercado é que a Selic continue nesse mesmo patamar até o fim de 2025.