Especialista explica como equilibrar as despesas e receitas para chegar no final do ano no azul
Muitos empresários enfrentam o desafio de equilibrar as demandas financeiras da empresa ao longo do ano, mas especialmente com o pagamento do 13º salário dos colaboradores. Este compromisso, que deveria ser parte da rotina financeira de qualquer empresa, ainda é motivo de preocupação para muitos gestores, seja por falta de planejamento ou pela dificuldade em lidar com imprevistos no fluxo de caixa.
O pagamento do 13º salário, previsto por lei, é uma obrigação trabalhista que tem impacto direto no orçamento empresarial. Sem um planejamento adequado, os empresários muitas vezes recorrem a soluções emergenciais, como empréstimos bancários, para cobrir o valor devido. De acordo com a mentora financeira e especialista em pequenos negócios, Camila Kessler Brisot, o segredo para evitar problemas nesse período está no planejamento ao longo do ano. “Para os empresários, o planejamento do 13º começa em janeiro. A recomendação é reservar mensalmente 1/12 do valor necessário para o pagamento dessa obrigação. Assim, quando dezembro chegar, o dinheiro já estará disponível e o caixa da empresa não será impactado”, explica Camila.
Planejamento X empréstimos
No entanto, o que parece simples na teoria nem sempre é seguido na prática. A falta de organização é o principal erro cometido por muitos empresários. “Sem planejamento, o empreendedor muitas vezes precisa recorrer a empréstimos bancários. Isso pode gerar dívidas, especialmente se as taxas de juros não forem favoráveis, algo que poderia ser evitado com uma organização prévia”, alerta a mentora.
Camila destaca que o cálculo de quanto reservar não precisa ser complicado. O ideal é determinar o valor total necessário para o 13º e dividi-lo em 12 parcelas, a serem guardadas mensalmente. Essa abordagem simples reduz o impacto financeiro no final do ano e cria um fluxo mais estável ao longo dos meses.
Para aqueles que não conseguiram se organizar, ainda há soluções. Analisar o caixa e identificar despesas que possam ser ajustadas é um primeiro passo. Caso não haja recursos disponíveis, negociar com instituições financeiras pode ser uma alternativa viável. “Muitos bancos oferecem condições diferenciadas para esse período, o que pode ajudar o empreendedor a cumprir suas obrigações sem comprometer tanto o orçamento”, orienta Camila.
Mais do que resolver os desafios do 13º salário, o planejamento financeiro traz benefícios duradouros para o negócio. Ele permite maior previsibilidade, evita imprevistos e fortalece a saúde financeira da empresa. “Planejar é um hábito que vai muito além de fechar o ano no azul. É uma prática que garante o crescimento sustentável da empresa e mais tranquilidade para o empresário”, conclui.
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