MENOPAUSA SEM TABU: COMO ATRAVESSAR ESSA FASE COM LEVEZA, SAÚDE E AUTOCONHECIMENTO

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Médica ginecologista destaca que o momento pode ser assustador, mas com orientação torna-se mais leve e transformador

Você está no meio de uma reunião e, de repente, um calor intenso sobe do peito ao rosto. À noite, acorda suada, precisa trocar o pijama. Durante o dia, esquece onde colocou as chaves, se irrita com o colega por um detalhe bobo e ainda sente que o jeans apertou, mesmo sem mudar a dieta. Parece estresse ou cansaço, mas pode ser algo mais profundo: o início da menopausa.

Para muitas mulheres, os sinais hormonais dessa fase chegam de forma sutil, mas causam impacto direto na rotina, no humor, no sono e até na autoestima. A médica ginecologista e obstetra, especialista em Medicina Integrativa Dra. Renalda Lima Santos, destaca que a menopausa não precisa ser vivida em silêncio. Para ela, esse ciclo natural pode ser uma fase de empoderamento, desde que acolhido com informação, cuidado hormonal, emocional e nutricional adequados.

“A menopausa não deveria ser um fardo silencioso, ela pode e deve ser vivida como um tempo de consciência, poder pessoal e reconexão com o próprio corpo. Ainda há muito tabu, mas cada mulher merece atravessar essa fase com acolhimento, clareza e dignidade. Na medicina integrativa, escutamos os sintomas, respeitamos cada fase e olhamos para a mulher como um todo: com história, com emoções, com ritmo próprio”, enfatiza a médica.

Mudanças que chegam

Os sintomas não aparecem de forma brusca, o corpo vai dando sinais. Entre eles: ondas de calor e suores noturnos, alterações de humor, ansiedade e irritabilidade, insônia ou sono fragmentado, fadiga sem explicação, queda da libido e secura vaginal, além de dificuldade de concentração e lapsos de memória. “Mulheres acima dos 40 anos tendem a experimentar sintomas característicos da menopausa. O mais clássico é o fluxo menstrual irregular, sinal da perimenopausa. Essa é a fase de transição em que os hormônios começam a oscilar de forma imprevisível, especialmente estrogênio e progesterona, e o corpo passa a dar sinais claros de que algo está mudando”, explica Dra. Renalda.

Busque ajuda para orientação

Durante o processo de envelhecimento, os níveis hormonais naturalmente diminuem. No entanto, alguns fatores podem intensificar os sintomas, como o uso de antidepressivos, medicamentos para hipertensão, contraceptivos hormonais e até experiências traumáticas. “Manter uma rotina com atividade física regular, sono de qualidade, suporte emocional e avaliação clínica individualizada faz toda a diferença. A depender do quadro, também indicamos suplementações e, em alguns casos, terapia de reposição hormonal, sempre com segurança e personalização”, orienta a médica.

Com experiência ao longo dos anos, Dra. Renalda reforça que o olhar integrativo é o que transforma o cuidado. “Não tratamos apenas os sintomas, mas buscamos entender o que está por trás deles. Avaliamos o corpo, os exames, os hábitos e o momento emocional de cada paciente”, destaca. Mais do que o fim de um ciclo, a menopausa pode ser o início de uma etapa de conexão e autonomia. Procurar ajuda, fazer exames, ajustar hábitos e entender seus hormônios é um ato de autocuidado e liberdade.

Foto: Divulgação