ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA ATÉ R$ 5 MIL ANIMA ECONOMISTAS E SETOR PRODUTIVO

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Projeto aprovado na Câmara pode reduzir desigualdade, incentivar consumo e aliviar bolso de 15,5 milhões de brasileiros

A aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei 1087/25, que isenta do pagamento de Imposto de Renda (IR) quem recebe até R$ 5 mil e reduz a cobrança para salários de até R$ 7.350, foi recebida como um avanço por economistas, entidades trabalhistas e representantes do setor produtivo. A medida, que ainda precisa passar pelo Senado e pela sanção presidencial, tem previsão de vigorar já em janeiro de 2026 e pode beneficiar diretamente cerca de 15,5 milhões de pessoas. Atualmente, a isenção vale apenas para rendas de até R$ 3.036.

Especialistas destacam que o impacto será sentido tanto no consumo quanto na redução das desigualdades sociais. Pesquisadores do Ipea calculam que famílias da classe média baixa terão um respiro de R$ 350 a R$ 550 mensais, valor que tende a ser direcionado para alimentação, serviços e pagamento de dívidas. Essa injeção de recursos deve impulsionar a economia, mas também pode gerar pressão inflacionária no setor de serviços. Além do benefício direto no bolso do trabalhador, a mudança corrige uma defasagem histórica da tabela do IR, que não acompanhava a inflação, fazendo com que contribuintes pagassem mais sem aumento real de renda.

Para compensar a renúncia fiscal estimada em R$ 25,4 bilhões, o projeto prevê uma nova taxação sobre contribuintes de alta renda, que ganham acima de R$ 600 mil por ano, alcançando cerca de 141 mil pessoas no país. Essa tributação atinge principalmente os chamados “super-ricos”, que hoje têm carga efetiva muito menor que a da maioria dos trabalhadores assalariados. A medida foi celebrada por centrais sindicais, que comparam o impacto a um “14º salário” para parte da classe trabalhadora, e também por entidades empresariais, que veem incentivo ao consumo interno, embora alertem para a necessidade de equilíbrio para não comprometer a competitividade das empresas.

Se aprovada integralmente, a nova tabela do Imposto de Renda pode marcar um passo significativo na busca por justiça tributária no Brasil, ao aliviar os mais pobres e ampliar a contribuição de quem tem maior capacidade financeira.

Foto: Agência Brasil