INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PROMETE APOIAR PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO DO GLAUCOMA

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Tecnologia pode levar até 10 anos para chegar ao atendimento clínico

Pesquisadores brasileiros avaliam que a inteligência artificial (IA) pode se tornar uma importante aliada no combate ao glaucoma, doença silenciosa que afeta o nervo óptico e pode causar cegueira irreversível. Em estudo conduzido no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, um algoritmo treinado conseguiu identificar a presença da doença a partir de uma única imagem de retinografia, apresentando sensibilidade superior ao software usado atualmente nos equipamentos. Apesar dos resultados promissores, a tecnologia ainda está restrita ao campo das pesquisas.

Segundo especialistas, serão necessários pelo menos dez anos até que ferramentas de IA possam ser utilizadas de forma segura e ética na prática médica. A expectativa é que, no futuro, a tecnologia permita diagnósticos mais rápidos, acessíveis e portáteis, ampliando a cobertura principalmente em regiões com poucos recursos. Hoje, estima-se que cerca de 50% das pessoas com glaucoma não sabem que têm a doença, o que reforça a importância de novas estratégias de detecção precoce.

Conhecido como “perigo silencioso”, o glaucoma geralmente não apresenta sintomas até fases avançadas, sendo detectado apenas em exames oftalmológicos completos. O tratamento busca controlar a pressão intraocular para evitar a progressão da doença, já que os danos causados são irreversíveis. O uso de colírios, lasers e, em alguns casos, cirurgias são as opções disponíveis atualmente. Especialistas alertam que o risco de desenvolver glaucoma aumenta após os 40 anos, especialmente em pessoas de origem africana, asiática, mulheres e indivíduos com miopia.

Foto: CBO/Divulgação