BC MANTÉM TAXA SELIC EM 15% E INDICA JUROS ALTOS POR MAIS TEMPO

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Decisão reflete cautela diante da inflação ainda acima da meta e cenário internacional incerto

O Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva. O percentual permanece no maior patamar em quase duas décadas, reflexo da inflação ainda elevada e das incertezas no cenário econômico global. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) confirma a expectativa do mercado e reforça a postura cautelosa da autoridade monetária, que avalia ser necessário um período prolongado de juros altos para garantir o controle dos preços.

Apesar da desaceleração da economia brasileira e de sinais de recuo da inflação, o índice oficial medido pelo IPCA acumula alta de 5,17% nos últimos 12 meses, acima do teto da meta de 4,5%. O Banco Central reconhece que os efeitos da política monetária são graduais, mas não descarta a possibilidade de novos aumentos caso o cenário inflacionário volte a se deteriorar. No entanto, o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, apresentou queda em outubro, impulsionado pela redução nos preços dos alimentos.

O atual ciclo de juros elevados, iniciado em setembro de 2024, tem como objetivo conter a alta dos preços, mas também impacta o custo do crédito e o crescimento econômico. Com a Selic nesse nível, o acesso a financiamentos se torna mais caro, o que reduz o consumo e desacelera a produção. O Banco Central reduziu a projeção de crescimento do PIB para 2% em 2025, enquanto o mercado mantém uma estimativa ligeiramente superior, de 2,16%. A próxima reunião do Copom ocorrerá em janeiro, quando será reavaliada a trajetória da política monetária diante dos novos indicadores econômicos.

Foto: Agência Brasil