ARRECADAÇÃO FEDERAL SOBE 4,6% EM JULHO E ATINGE MAIOR NÍVEL DA HISTÓRIA PARA O MÊS

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Crescimento econômico, IOF e novas taxações reforçam resultado positivo

A arrecadação federal somou R$ 254,2 bilhões em julho, um aumento real de 4,6% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo a Receita Federal. O valor é o maior já registrado para o período desde o início da série histórica, em 1995. No acumulado de janeiro a julho, a arrecadação chegou a R$ 1,679 trilhão, alta de 4,4% frente ao mesmo período do ano passado. O desempenho foi impulsionado principalmente pelo crescimento da economia, pela elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e pela ampliação de outras fontes de receita.

O IOF arrecadou R$ 6,5 bilhões em julho, aumento de 13% acima da inflação em relação a 2024. No acumulado do ano, o tributo já soma R$ 43,5 bilhões, crescimento de 9,4%. A expectativa é que o efeito pleno da elevação do imposto seja sentido a partir de agosto, após decisão do Supremo Tribunal Federal que restabeleceu o decreto de aumento, embora tenha excluído parte das cobranças e descartado retroatividade. A estimativa é de que a medida adicione cerca de R$ 12 bilhões à arrecadação em 2025.

Outros fatores também reforçaram os cofres públicos, como a taxação de apostas online e loterias, que gerou R$ 928 milhões em julho, além de receitas atípicas de R$ 3 bilhões vindas de grandes empresas dos setores de mineração, financeiro e petróleo. A Previdência Social também contribuiu, com alta de 3,4% na arrecadação, impulsionada pelo aumento do emprego formal. Já PIS e Cofins registraram crescimento de 2,9%, refletindo maior consumo de serviços.

Com esse desempenho, a equipe econômica avalia que aumentaram as chances de cumprir a meta fiscal de déficit zero em 2025. A lei permite um déficit de até R$ 31 bilhões sem descumprimento formal, além da exclusão de R$ 44,1 bilhões em precatórios da conta oficial. Para 2026, a meta será de superávit de 0,25% do PIB, cerca de R$ 31 bilhões, mas o resultado dependerá da aprovação, pelo Congresso, da medida provisória que busca reforçar a arrecadação em mais de R$ 20 bilhões até lá.

Foto/fonte: Arte sobre foto de Marcelo Camargo/Agência Brasil