Magistrado, que já atuou na Lava Jato, é suspeito de envolvimento em furto de duas garrafas de champanhe em Blumenau

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, confirmou nesta sexta-feira (31) o afastamento do juiz federal Eduardo Appio pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A decisão ocorre após investigação da corporação que apontou o magistrado como suspeito de furtar duas garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau, no Vale do Itajaí.

O caso foi comunicado à Justiça Federal devido ao foro privilegiado de Appio, que atua em Curitiba (PR), mas reside em Blumenau. De acordo com Ulisses Gabriel, o tribunal decidiu pelo afastamento do juiz de forma unânime, após receber da Polícia Civil, no dia 23 de outubro, um e-mail oficial com os indícios do envolvimento.

A investigação começou a partir de um boletim de ocorrência registrado pelo estabelecimento, relatando o furto de duas garrafas da marca Moët, avaliadas em cerca de R$ 500 cada, em 20 de setembro e 4 de outubro deste ano. Testemunhas descreveram o suspeito como um homem de aproximadamente 72 anos, que usava óculos e dirigia um Jeep Compass. A placa do veículo levou os investigadores até o nome de Appio.

Embora o reconhecimento facial não tenha sido conclusivo, o delegado informou que os indícios reunidos motivaram o encaminhamento do caso ao TRF-4, conforme previsto na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Magistratura. O tribunal não se manifestou publicamente sobre o afastamento, que poderá durar até 120 dias, com manutenção do salário-base.

Eduardo Appio não comentou o caso. O magistrado ganhou projeção nacional ao substituir Sérgio Moro na condução de processos da Operação Lava Jato, em Curitiba, e foi afastado daquela função em 2023, após denúncias de conduta incompatível com o cargo.

Foto: Reprodução/Justiça Federal