CONSUMO DAS FAMÍLIAS SUSTENTA CRESCIMENTO DO PIB NO 2º TRIMESTRE

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Mesmo com juros altos, avanço de 0,5% no consumo foi o principal motor da economia brasileira

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025 em relação aos três primeiros meses do ano, segundo o IBGE. O resultado, apesar de representar uma desaceleração frente ao avanço de 1,3% registrado no trimestre anterior, foi sustentado principalmente pelo consumo das famílias, que teve alta de 0,5% no período. Esse componente é responsável por quase dois terços do PIB, o que o torna decisivo para o desempenho econômico.

Entre os demais indicadores, o consumo do governo caiu 0,6%, os investimentos recuaram 2,2% e as importações encolheram 2,9%. As exportações, por outro lado, tiveram crescimento de 0,7%, mas ainda com peso menor na composição da economia. Mesmo sob os efeitos da taxa Selic em 15% ao ano — o maior patamar desde 2006 —, a resiliência do consumo foi impulsionada pelo mercado de trabalho aquecido e pela política fiscal expansionista. O país registrou taxa de desemprego de 5,8%, a menor desde 2012, além de rendimento médio recorde de R$ 3.477.

Os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, também ajudaram a sustentar o poder de compra, beneficiando mais de 19 milhões de famílias. Enquanto o crédito para empresas mostrou desaceleração, as operações para pessoas físicas continuam em expansão, contribuindo para manter o consumo em alta. Apesar das incertezas externas, como o impacto do novo tarifaço imposto pelos Estados Unidos, especialistas ressaltam que a economia brasileira segue mais dependente do mercado interno, especialmente do comportamento das famílias.

Foto: Agência Brasil