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CÂMARA PEDE INFORMAÇÕES SOBRE CASOS E MEDIDAS CONTRA AVANÇO DA ESPOROTRICOSE EM CHAPECÓ

A iniciativa partiu do vereador Wilson Júnior Cidrão (Republicanos), que demonstrou preocupação com o crescimento dos casos no município e a necessidade de uma atuação preventiva e coordenada, com ênfase na orientação da população

A esporotricose, doença infecciosa causada por fungo e considerada uma zoonose (transmitida de animais para humanos) foi tema de uma reunião de trabalho realizada nesta terça-feira (13/03) no plenário da Câmara Municipal de Chapecó. A iniciativa partiu do vereador Wilson Júnior Cidrão (Republicanos), que demonstrou preocupação com o crescimento dos casos no município e a necessidade de uma atuação preventiva e coordenada, com ênfase na orientação da população.

O encontro contou com a presença da médica veterinária Liandra Dall’Orsoletta, diretora do Núcleo de Atenção aos Pequenos Animais (NAPA), e do coordenador do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), Rodrigo Momoli. O vereador, André Pagnussat (Republicanos) também acompanhou a reunião. Os especialistas apresentaram dados atualizados sobre a doença em Chapecó, formas de prevenção, tratamento e ações integradas em andamento.

O vereador Wilson Cidrão deu início aos trabalhos destacando que a esporotricose tem implicações diretas na saúde animal e humana, reforçando a importância do cuidado com os animais como forma de proteção das pessoas, e vice-versa.

“Quando a gente fala de zoonose, estamos falando de proteção aos nossos animais e também aos seres humanos. Essa discussão na Câmara, com transmissão ao vivo, objetiva dar transparência aos encaminhamentos. Queremos demonstrar a preocupação que o município vem tendo, por meio dos seus órgãos competentes, com a saúde das pessoas e dos animais”, afirmou.

O vereador ainda relatou casos que chegaram até seu gabinete e questionou os protocolos adotados, bem como as medidas de orientação aos tutores e os números atualizados de casos.

De acordo com Rodrigo Momoli, a esporotricose passou a ser uma doença de notificação compulsória a partir de nove de abril deste ano. “Isso significa que agora todos os registros são lançados no sistema estadual. Em 2024, tivemos cinco casos confirmados em humanos e cinco em animais. Neste ano, já foram identificados cinco casos em gatos — três deles ainda aguardando confirmação do LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública), e outros cinco em humanos”, informou. Segundo ele, apesar do aumento de notificações, Chapecó apresenta um número de casos inferior a outros municípios do Estado. “Temos cidades em Santa Catarina infestadas, mas aqui estamos muito atentos e vigilantes”, reforçou.

Momoli explicou que a esporotricose é uma doença antiga, causada por fungo presente em jardins, plantas, troncos de árvores e espinhos. “Ela sempre foi tratada na rede de atenção à saúde. Existe medicação, existe cura. A morbimortalidade é muito baixa. Por se tratar de uma doença de pele, a identificação costuma ser fácil, e o tratamento é eficaz”, completou.

A médica veterinária Liandra Dall’Orsoletta detalhou o tratamento adotado atualmente em Chapecó. “Tratamos todas as lesões e, mesmo após a remissão dos sintomas, mantemos o tratamento por mais 30 dias. Dependendo do caso, esse processo pode durar de oito meses a um ano. O itraconazol é o princípio ativo mais utilizado, sendo hoje a principal medicação de escolha dos veterinários”, explicou.

Liandra também destacou que, ao identificar um caso suspeito, uma equipe vai até o domicílio, avalia o ambiente e orienta os tutores. “Não é possível tratar um gato com livre acesso à rua. Eles precisam ser isolados. Hoje, todos os animais com suspeita de esporotricose são recolhidos e levados ao CEPA (Centro de Esterilização de Pequenos Animais), onde permanecem até receberem alta. Atualmente, temos sete animais sob cuidados”, relatou.

Além disso, ações educativas já vêm sendo realizadas. “Treinamos as agentes de saúde, pois elas visitam todas as residências e estão preparadas para identificar e relatar suspeitas. Também promovemos momentos de orientação com médicos e equipes de enfermagem em todas as unidades de saúde, para que estejam atentos aos sinais da doença nas pessoas”, acrescentou a veterinária.

Como encaminhamentos, foram apontadas medidas como a intensificação de campanhas educativas para alertar a população sobre a zoonose e suas formas de prevenção, a intensificação do trabalho conjunto e atento entre os órgãos competentes e a articulação de políticas públicas que integrem a saúde humana, animal e ambiental.

A Câmara reforça o alerta à população: ao identificar feridas persistentes em gatos é fundamental buscar atendimento veterinário e evitar o contato direto com secreções. Em caso de sintomas em humanos, como feridas que não cicatrizam, recomenda-se procurar imediatamente uma unidade de saúde. A esporotricose tem tratamento, mas o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e impedir novas transmissões.

jornalismo

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